A MD Networking Publications nasceu inicialmente no Brasil no fim do ano de 2012 como um projeto, tendo como objetivo principal o compartilhamento de conhecimentos técnicos totalmente gratuíto nas áreas de construção e sustentabilidade. Ao longo dos anos, a MD Networking Publications ampliou suas áreas de conhecimento criando e mantendo 4 sites em pleno funcionamento nos Estados Unidos distribuindo as publicações para mais países nos Continentes Americano, Europeu, Oceania, Africano e Asiático, além de gerenciar todas as redes sociais das quais participa. Durante alguns anos a MD Networking Publications veio se mantendo com recursos próprios, no entanto, quando eles começaram a ficar escassos, a equipe de colaboradores precisou recorrer a doações dos leitores mais assíduos para não descontinuar as publicações gratuítas. Para aumentar as receitas financeiras a diretoria e a equipe de colaboradores da MD Networking Publications criou o Departamento de Novos Negócios responsáve
Viajando bem e pagando pouco: Estrada Velha de Santos
Marisa
Fonseca Diniz
Quem nunca ouviu falar sobre a histórica Estrada Velha de
Santos com certeza irá gostar deste artigo, que traz um pouco da nostalgia dos
tempos antigos, quando as pessoas seguiam pela Rodovia Caminho do Mar, SP-148,
rumo às praias do litoral paulista.
A estrada foi fechada aos veículos em 1985, no
entanto, ainda é possível desfrutar de suas belezas naturais e históricas
fazendo passeios a pé ou um tour por meio da administradora do Polo Ecoturístico
Caminhos do Mar.
A famosa Trilha dos Tupiniquins conhecida como Caminho de
Paranapiacaba ou Piaçaguera foi a mais
antiga ligação feita entre a vila de São Paulo de Piratininga e o litoral no
período colonial. Na época, a subida e descida da trilha era feita exclusivamente
a pé pelos índios e mais tarde foi utilizada pelos portugueses.
A trilha iniciava-se na vila de São Vicente atravessava
uma área alagada, conhecida hoje como Cubatão, e prosseguia pela Serra do Mar
até o Rio Tamanduateí, que hoje é a cidade de Mauá, seguindo pelo Córrego
Anhangabaú e chegando a Aldeia do Índio Tibiriçá, em Piratininga, atual Pátio
do Colégio.
Em 1792, a trilha recebeu o nome de Calçada Lorena devido
à adequação de um sistema de escoamento de águas pluviais para o escoamento da
produção de açúcar advindo do interior do Estado de São Paulo em direção ao
Porto de Santos, o transporte da mercadoria era feito por meio de tropeiros
montados em mulas.
O traçado da estrada era de 11,5 km, o trajeto
de serra era de 2,5 km e 9 km em planalto. A trilha era calçada com pedras,
saibro e pedregulho para facilitar a viagem dos tropeiros.
Em 1846, o trecho do planalto passou a ser chamada de
Estrada da Maioridade em homenagem a maioridade de Dom Pedro II, no entanto em
1864 este mesmo trecho recebeu diversas melhorias para a passagem de carros de
boi, e passou a ser chamada de Estrada do Vergueiro. O transporte das
mercadorias, principalmente o café, começou a partir do ano de 1867 a serem
escoadas pela Ferrovia Santos – Jundiaí.
A partir de 1913, a estrada recebeu um novo calçamento
feito em macadame e sete anos depois foi pavimentada em concreto, sendo a
primeira estrada da América Latina a ter este tipo de pavimentação. Ainda em
1920, a estrada foi aberta para o tráfego de automóveis e recebeu no nome de
Caminho do Mar.
No ano de 1922, o então governador de São Paulo, Washington
Luis Pereira de Sousa, mandou construir alguns monumentos na estrada em
decorrência às comemorações do centenário da Independência do Brasil, a saber:
Monumento do Pico
O monumento marca o início do trecho de serra da Calçada
do Lorena e o mirante que vista o litoral santista.
Pouso de Paranapiacaba
Ponto de parada dos carros durante a viagem pelo Caminho
do Mar fica no trecho de serra de Paranapiacaba, palavra indígena que significa
local de onde se vê o mar. Acesse o link para conhecer um pouco mais da vila de
Paranapiacaba e suas atrações atuais.
Belvedere ou Pouso Circular
O primeiro ponto de cruzamento da Calçada do Lorena com a
estrada Caminho do Mar é o Belvedere Circular. O ponto de parada é o mirante da
Serra do Mar.
Rancho da Maioridade
A casa de dois andares foi construída em 1920 com o
objetivo de servir de parada aos viajantes, a obra possui painéis em azulejos
pintados que ilustram a subida da serra por figuras políticas de destaque do
século XIX. Do alto da parada se vê a baixada santista e o complexo industrial
de Cubatão é possível também ver vestígios do pavimento antigo feito em
macadame oriundos de 1913.
Padrão do Lorena
A obra é um memorial em meia-encosta
composto por escadarias que conduzem até o pórtico, onde se encontra um
medalhão pintado em azulejos que retratam o medalhão de Bernardo José Maria de
Lorena (5º Conde de Sarzedas – fidalgo e administrador colonial português). Os
painéis de azulejos ilustram cenas do século XVIII com tropeiros e mulas
carregando mercadorias pela Calçada de Lorena.
Pontilhão da Raiz da Serra
Encontra-se no pé da serra marcando o
início da subida, onde atualmente encontra-se a placa comemorativa referente à
finalização da pavimentação em concreto do Caminho do Mar em 1925.
Cruzeiro Quinhentista
O monumento é uma homenagem à chegada dos portugueses ao
litoral paulista e as primeiras vias de ligação entre o planalto paulista e o
mar. No entanto, no ano de 1981, o cruzeiro foi retirado de seu local original
devido à urbanização da área, sendo colocado em lugar de maior destaque, os
painéis de azulejos retratam cenas da colonização e a catequese dos índios
feito pelos padres jesuítas.
Casa de Visitas do Alto da Serra
A casa faz parte do complexo da Usina Henry Bonden e vale
a pena visitar e conhecer um pouco mais da história da usina e de seu
funcionamento.
Barragem do Reservatório do Rio das Pedras
O conjunto de tubos fincados no meio da Mata Atlântica transportam água do reservatório do Rio das Pedras
até a Usina Henry Borden, que foram construídos em 1925 e 1926.
Catedral da Usina Henry Borden
É possível visualizar no Caminho do Mar a famosa catedral
da Usina Henry Borden, uma das mais antigas hidrelétricas do país localizada em
Cubatão.
A Estrada de Santos ficou conhecida por todos os
brasileiros em 1969, quando o cantor Roberto Carlos compôs a música As Curvas da
Estrada de Santos, inspirada pelo ziguezague das mais de 180 curvas
do local.
Artigo protegido pela Lei 9.610 de 19 de fevereiro de
1998. É PROIBIDO copiar, imprimir ou
armazenar de qualquer modo o artigo aqui exposto, pois está registrado.
Comentários
Postar um comentário